Estudos sobre os efeitos dos videogames no desempenho acadêmico das crianças dão um sinal ambíguo. Alguns estudos que rastreiam especificamente os resultados dos testes mostraram uma ligação aparente entre o aumento do jogo e a diminuição do desempenho acadêmico. No entanto, estudos que rastreiam habilidades específicas que poderiam ser usadas em trabalhos acadêmicos às vezes mostram que os jogos são benéficos. Essa aparente contradição é causada em grande parte pela complexidade da análise de jogos e pela dificuldade de conduzir experimentos controlados em crianças.
Efeito Indireto
Um estudo da Universidade Denison descobriu que os meninos que receberam um console PlayStation 2 por quatro meses tiveram notas mais baixas em uma série de testes acadêmicos do que aqueles que não tinham o console em casa. Ele também descobriu que os professores eram mais propensos a relatar problemas acadêmicos entre os alunos com os consoles. No entanto, isso não parecia ser um resultado direto do jogo em si. Em vez disso, pode ter sido porque os alunos com o console gastaram menos tempo em atividades acadêmicas, como dever de casa, fora da escola.
Assuntos Acadêmicos
O estudo Denison descobriu que os jogadores tiveram notas mais baixas em testes de leitura e escrita. No entanto, não registrou nenhum efeito no desempenho matemático. Nem afetou as habilidades de resolução de problemas. Não ficou claro se isso acontecia porque o jogo ajudava de alguma forma nessas habilidades ou se era simplesmente porque as habilidades de alfabetização dependem mais de atividades extracurriculares.
Complexidade
Douglas Gentile, professor de psicologia do estado de Iowa, que realizou vários estudos sobre videogames entre crianças, diz que não se trata de um simples caso de jogos serem bons ou ruins. Ele diz que existem cinco fatores diferentes em jogo. São eles: por quanto tempo as crianças jogam, que tipo de jogo jogam, que tipo de entrada controla o jogo usa, a estrutura do jogo e o contexto em que os eventos do jogo acontecem e têm consequências. Por causa disso, Gentile argumenta, é comum e compreensível que o mesmo jogo possa parecer afetar jogadores jovens de maneiras diferentes.
Limitações
Os estudos sobre os efeitos dos videogames em crianças costumam ser mais limitados do que outros estudos, como estudos médicos em adultos. Isso ocorre porque pode ser mais difícil criar estudos controlados. Nesse caso, estudos em que jogar ou não videogame é a única diferença significativa entre as crianças do estudo. Na realidade, muitos outros fatores podem afetar o desempenho acadêmico, por isso pode ser difícil isolar os efeitos dos jogos. Outro problema é que, ao contrário de dar níveis controlados de drogas em um ensaio clínico, os pesquisadores geralmente não são capazes de controlar a quantidade de tempo que uma criança brinca durante o estudo. Em vez disso, eles precisam trabalhar de trás para frente, encontrando crianças que já passaram um determinado período de tempo jogando.