No início do século 20, uma nova invenção chamada telefone alterou a maneira como as pessoas se comunicam. No final do século, os telefones celulares também mudaram a dinâmica das relações familiares. Assim que o telefone celular ficou amplamente disponível e acessível, crianças e adolescentes o tornaram sua principal forma de comunicação. O novo mundo do celular criou um novo conjunto de desafios para os pais, mas também há benefícios para as famílias.
Como os telefones celulares se tornaram amplamente disponíveis
Os telefones celulares nem sempre foram pequenos, fáceis de transportar e dispositivos personalizados. Em 1973, o telefone que fez a primeira chamada móvel pesava 2,5 quilos. Até 1983, os telefones celulares eram volumosos demais para qualquer lugar, exceto o carro. A Motorola lançou então um telefone portátil, mas era grande e tinha apenas meia hora de duração da bateria e um preço próximo a US $ 4.000. Os telefones celulares de bolso não chegaram ao mercado até o final da década de 1990. A conveniência e os preços baixos permitem que qualquer pessoa, até mesmo crianças, tenha um telefone celular. Em 2010, 77 por cento dos adolescentes americanos tinham um.
Melhorias na comunicação entre pais e filhos com telefones celulares
Embora os smartphones de hoje, como o iPhone da Apple, executem todos os tipos de funções da era espacial, nenhum é tão popular entre as crianças quanto mensagens de texto. Uma pesquisa de 2009 mostrou que as ligações entre adolescentes diminuíram, enquanto as mensagens de texto continuaram aumentando. O envio de mensagens de texto superou as ligações e a socialização pessoal para adolescentes. Isso não é de todo ruim. Os pais agora podem usar texto para alcançar adolescentes taciturnos. A psiquiatra infantil Laura Praeger relata que as crianças respondem a mensagens de texto mesmo ignorando ligações constrangedoras dos pais. Os adolescentes até enviam fotos por texto, permitindo que os pais vejam seu paradeiro.
O uso de células cria novos desafios para os pais
O acesso por celular abre um novo mundo para os adolescentes e para os pais monitorarem: o mundo cibernético. Além de amigos e atividades “reais”, os jovens têm uma vida separada por meio do telefone, via texto e Internet. O especialista em desenvolvimento humano Rob Weisskirch, autor de um importante estudo sobre telefones celulares e famílias, afirma que, assim como os pais devem conhecer os "amigos cara a cara" de seus filhos, eles também precisam conhecer os "amigos cibernéticos". Os pais podem ser igualmente culpado de uso indevido de celular, mensagens de texto e chamadas de celular durante o jantar e outras atividades familiares.Isso cria estresse adicional nas crianças que já competem pelo tempo dos pais e agora devem competir pela atenção com o mundo cibernético dos pais também.
Como os pais devem lidar com as atividades dos filhos no celular
A pesquisa de Weisskirch mostrou que as famílias sentiram que seus relacionamentos se tornaram mais próximos quando as crianças usaram o celular para pedir conselhos e apoio aos pais. Mas os benefícios eram basicamente unilaterais. Quando os pais ligavam para os filhos para verificar suas atividades, como os trabalhos escolares, ou quando os pais ligavam para expressar raiva, os adolescentes demonstravam uma queda na autoestima. Melhores resultados ocorreram quando as crianças iniciaram a comunicação celular. Weisskirch e outros especialistas recomendam que os pais estabeleçam regras e expectativas para o uso do celular e definam as consequências para quem não atende a essas expectativas, como tirar o telefone temporariamente. “Os adolescentes vão sobreviver”, diz Weisskirch, “sem telefones celulares por um dia ou mais”.