O rádio amador existe há mais de um século, mas hoje em dia é frequentemente comparado a invenções muito mais recentes, como salas de bate-papo online e fóruns da web.
Mas para os fãs de radioamadorismo, como é quase universalmente apelidado, o meio que permite que operadores licenciados falem com pessoas em todo o mundo não é a versão antiquada de nada. Cerca de 750.000 pessoas atualmente possuem licenças de radioamadorismo da Federal Communication Commission, um número maior do que nunca, disse Sean Kutzko, gerente de mídia e relações públicas da American Radio Relay League (ARRL).
Eles estão usando essas licenças para ajudar suas comunidades a se manterem conectadas após desastres naturais, aprimorar suas habilidades eletrônicas e de transmissão e simplesmente conversar com outros radioamadores, diz ele.
Recuperação de Desastres
“Oferecemos assistência de comunicação nas primeiras 72 horas após um desastre”, disse Kutzko. “Essa é uma das coisas que fazemos excepcionalmente bem.”
Quando ocorre um furacão, terremoto ou outro desastre, as linhas telefônicas e as torres de telefonia celular podem ser destruídas e até mesmo as redes operacionais de telefonia podem ser sobrecarregadas pelo tráfego, diz ele. Mas os operadores de rádio amador muitas vezes podem ficar conectados, usando bateria, energia solar ou gerador para transmitir informações uns aos outros e às autoridades sobre o que está acontecendo em seus bairros.
O National Hurricane Center hospeda sua própria estação de rádio amador dirigida por voluntários que é ativada sempre que um furacão está perto da terra, coletando relatórios de testemunhas oculares de áreas afetadas e transmitindo alertas meteorológicos para locais isolados de outras formas de comunicação pela tempestade. Alguns operadores de rádio amador também participam da Skywarn, uma rede de voluntários do Serviço Meteorológico Nacional que monitora fortes tempestades e tornados em suas áreas.
“Isso fornece ao Serviço Meteorológico Nacional um tipo diferente de informação que eles podem usar além do radar Doppler”, disse Kutzko.
Experimentando com Eletrônica
Embora Kutzko diga que o "principal grupo demográfico" do hobby é provavelmente na casa dos 50 anos, um número crescente de jovens está se aproximando do rádio amador por meio de interesse em eletrônica. Muitos vêm do chamado movimento maker, integrando rádio amador com ferramentas digitais faça você mesmo, como as linhas de computadores em miniatura Raspberry PI e Arduino programáveis.
“Algumas pessoas gostam de mexer e aprender sobre eletrônica”, disse Kutzko. “Algumas pessoas gostam de experimentar diferentes tipos de antenas.”
Os radioamadores também encontraram maneiras de integrar suas transmissões de rádio à Internet - permitindo que enviem sinais de áudio para outras operadoras em todo o mundo, que podem transmitir seus sinais para o rádio em suas áreas e ajudá-los a alcançar um público mais amplo do que poderiam usando transmissores de rádio sozinho.
E para aqueles que procuram maximizar o que podem fazer com as ondas de rádio tradicionais, a ARRL oferece prêmios para radioamadores que podem atingir certos marcos de comunicação, como comunicar-se com todos os estados dos EUA, todos os condados ou até mesmo todos os países do mundo. Outros gostam de levar equipamentos de transmissão de baixa potência com eles em caminhadas ou acampamentos, para ver quem podem alcançar, diz Kutzko.
“Parte da diversão é poder levar seu equipamento com você e transmitir a partir deste local remoto”, disse ele.
Conversando
Talvez o mais importante, o hobby fornece uma maneira para as pessoas fazerem amigos de todo o mundo e se conectarem com os mais velhos.
“Algumas pessoas gostam de conhecer pessoas novas no rádio - há um aspecto muito social nisso”, disse Kutzko.
E esse lado social não se limita às comunicações pelo ar: existem milhares de clubes de radioamadorismo em todo o mundo que se reúnem para trocar dicas sobre equipamentos e trazer novas emissoras para o grupo, disse Kutzko.
“Há todo um grupo de pessoas que vai te ajudar a aprender e te ensinar coisas”, disse ele.
